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segunda-feira, 21 de abril de 2008
SOBRENDIVIDAMENTO = AREIAS MOVEDIÇAS
Culpa… De quem?
Os bancos acusam os contribuintes de estarem a viver o caos financeiro á custa de falsas ilusões devido ao crédito fácil, uma das maiores armadilhas dos últimos tempos. Será? A meu ver, a maior parte das pessoas que se encontra numa situação financeira difícil, não foi única e simplesmente por se ter iludido… Mas sim, porque simplesmente o dinheiro que recebem, não chega para pagar as despesas do dia a dia… tem que se pedir emprestado para chegar ao fim do mês! Depois, entra-se num ciclo vicioso… Pedir emprestado, para pagar a quem emprestou… Fazer uma dívida, para pagar outra dívida… Depois de se estar neste círculo, é como tentar sair de areias movediças, quanto mais nos mexemos, mais nos enterramos. O ideal é esperar, que alguém nos deite a mão…
Infelizmente pude constatar que não estou sozinha neste grupo dos sobre endividados, e muito rapidamente deitamos tudo a perder. A falta de dinheiro, gere mais falta de dinheiro, e subitamente cai-nos uma avalanche de dívidas…
Nestas situações, somos frequentemente confrontados com ultimatos! Ou paga, ou… paga! O problema é a forma como estas intimações nos são comunicadas. Há dias recebi uma intimação às 21h00… do banco! O conteúdo era no mínimo, surreal… O impacto que este tipo de intimações tem num cliente devedor, em incumprimento, é descomunal, e acredito muitas vezes que sejam situações semelhantes a esta, que levam pessoas a cometer actos ilícitos, com consequências futuras graves…
Percebi também, que há muita falta de informação para estes casos. Eu sou uma pessoa jovem, culta, a par da actualidade, e vi-me perdida no meio deste imbróglio. A quem recorrer, perguntamos nós… Ninguém nos dá respostas… E as dívidas vão-se acumulando, e os juros idem! E no final de contas, resta-nos apenas ter sorte, com o nosso banco! Porque são os únicos capazes de resolver, mas até nisto é precisa a dita sorte! Porque também depende de cada gerente de banco, a boa vontade para esticar a corda…
Só me pergunto, porque é que em vez de encaminhar de imediato os clientes para o contencioso, não lhes concedem uma triagem numa empresa especializada em gestão? Existem “Gestores Financeiros”, que estão lá para nos aconselhar, ao invés de nos iludir com créditos fáceis; estão lá para negociar por nós, quando a nossa capacidade de argumentação se esvaneceu; quando a nossa vergonha de devedor, se sobrepõe á coragem do que quer pagar, mas não sabe como…
Os Bancos precisam de saber distinguir os devedores que fogem, dos devedores que dão a cara! E precisam também de pensar que hoje, somos nós, mas amanhã, podem ser eles… Ninguém está livre do que quer que seja… Hoje estão na mó de cima, amanhã, podem estar na mó de baixo…
É preciso também estabelecer limites ás empresas de créditos, a nível da publicidade! Na televisão; nas nossas caixas de correio, que não respeitam sequer a mensagem de “Publicidade, não Obrigada!”, e a nível da Internet. Somos bombardeados a toda a hora com créditos fáceis, e um dia acabamos por ceder…
É preciso ao invés, fazer publicidade para os que estão desesperados… Bombardear os jornais, televisão, etc, com contactos destas empresas que podem ser a salvação para muita gente. Elas existem, mas quase ninguém sabe. Os que sabem, pensam que não têm dinheiro para lhes pagar, não tendo noção do valor irrisório que lhes pode custar… Passar informação…
Isto não passa apenas dum desabafo, de alguém que acabou de experênciar todas estas situações. Alguém que sempre teve o controle total das suas despesas, e sentiu na pele o que um deslize pode acarretar. Ouvi também e vi, muitas pessoas chegadas, passarem pelo mesmo. Percebi o que elas não sabiam, e o quanto as podia ter ajudado. Percebi que a nossa sociedade está a viver nos limites! Poucos são os que não têm problemas desta natureza, e os que não têm, fogem deles a “sete pés”.
“O sofrimento pode construir-nos ou destruir… Devemos usar o sofrimento, para construir a SABEDORIA!” Diz-nos Augusto Cury…
É o que eu desejo. Usar estes ensinamentos para o futuro. E sobretudo acreditar, que o Sol nasce todos os dias, e um dia vai sorrir especialmente para nós…
Texto de,
Teresa Batista
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2 comentários:
Muito pertinente este desabafo.Estou a atravessar uma situaçao semelhante e tenho a certeza que a maioria dos portugueses a sente na pele. Neste país sobrevive-se não se vive.
Obrigado pelo seu... desabafo!
O mais importante é acreditar...
Quando acreditamos que vamos conseguir, tudo se torna mais fácil. É uma questão de paciência, e não tomar atitudes precipitadas.
Quando olho para trás nem acredito que consegui sair daquele buraco!
Hoje não tenho nenhum cartão de crédito nem nenhum tipo de crédito a não ser da habitação (porque simplesmente não consegui 'ainda' vender a casa...).
Acreditar é poder...
Desejo-lhe as maiores felicidades para o seu futuro, e espero um dia, ainda vir a receber um outro comentário a dizer simplesmente: Estava certa!
beijinhos
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